A Compra da Warner pela Netflix: Uma Jogada de R$ 360 Bilhões Contra o Google, e Não Hollywood

Preparem-se, gamers e entusiastas de tecnologia! A notícia da aquisição da Warner Bros. Discovery pela Netflix, num lance que pode chegar a absurdos R$ 360 bilhões (algo como US$ 72 bilhões), chacoalhou o mercado. Mas se você pensou que era apenas mais uma briga de gigantes em Hollywood, segure o controle: um analista de Wall Street aponta que o verdadeiro alvo dessa jogada bilionária não são os estúdios rivais, mas sim o Google e a revolução da inteligência artificial.
Sim, a gente sabe que o papo em Los Angeles é sobre a “morte de Hollywood” e as implicações para os produtores independentes. Mas Melissa Otto, chefe de pesquisa da S&P Global Visible Alpha, joga uma luz diferente sobre o tabuleiro. Para ela, o grande xis da questão está nas ambições tecnológicas do Google, especialmente seus chips TPU (Tensor Processing Units) e o futuro do vídeo generativo por IA. Parece papo de ficção científica, mas é a realidade batendo na porta do entretenimento.
O Segredo está nos Chips TPU do Google?
O Google está investindo pesado em IA, e seus chips TPU são a estrela do show. Eles são especialmente eficazes na modalidade de vídeo em IA generativa, transformando representações matemáticas em imagens em movimento. Pense nisso: se as GPUs revolucionaram a IA de linguagem natural (gerando textos como os do ChatGPT), os TPUs podem fazer o mesmo com o vídeo. Em vez de ler, você assistirá a conteúdos criados ou remixados por IA, como se fosse um "Gemini 3" para vídeos do YouTube.
A Netflix já sente a pressão do YouTube na participação total de tempo de streaming, com a plataforma do Google abocanhando uma fatia maior do bolo nos EUA. Se os TPUs do Google turbinarem ainda mais o conteúdo gerado por IA, essa diferença pode explodir. E é aí que a jogada da Netflix entra em campo, segundo Otto. "Se eu fosse a Netflix e soubesse que o Google, um de seus formidáveis concorrentes, tinha essa tecnologia de chip e estava basicamente investindo bilhões e bilhões de dólares no desenvolvimento da infraestrutura para que pudessem esculpir o corpus da modalidade de vídeo em IA generativa, eu gostaria de construir um fosso ao redor do meu negócio," explicou a analista.
Construindo um Fosso de Conteúdo contra a IA
Ao absorver o arsenal da Warner Bros. – com suas bibliotecas profundas, franquias icônicas como Harry Potter e Batman, e marcas globais – a Netflix não está apenas comprando filmes e séries. Ela está adquirindo um "corpus de vídeo" massivo, um tesouro de dados que pode alimentar e treinar seus próprios sistemas de recomendação, experimentação e, futuramente, suas ferramentas de vídeo movidas a IA.
Mesmo com o custo elevado, que inclui a assunção de R$ 55 bilhões em dívidas e um empréstimo ponte de R$ 295 bilhões, a estratégia faz sentido a longo prazo. Analistas do Barclays se surpreenderam com a Netflix gastando mais de R$ 400 bilhões, questionando o porquê de pagar um prêmio por algo que ela mesma "disruptou". Mas no mundo onde TPUs podem criar vídeo de alta qualidade "basicamente de graça", ter tanto os chips quanto o conteúdo pode ser o diferencial.